Monday, 8 September 2014

Perder...

Perder. Verbo triste.  Quem perde não tem data, hora marcada. Tudo acontece num sopro, quase que de improviso. Um dia está aqui e no outro já se foi, apagou, cancelou, deletou, morreu. Morreu... E como dói perder. Parte do que somos, do que fomos se vai cada vez mais, cada vez que um adeus não é dado, cada vez que uma porta se fecha, cada vez que, por orgulho, não olhamos para trás. E deixamos partir...
Perder ... Quem dera tivéssemos escolhas e controle sobre tudo. Mas mal sabemos como será o nosso dia ,nosso próximo minuto, nossa próxima hora. Temos tudo esquematizado, arrumado, determinado e de repente, sem avisos ou sinais, você perde.  Simples assim. Não importa sua altura, seu peso, suas cicatrizes, seus pensamentos , seus lamentos. Cedo ou tarde você vai sentir o gosto amargo da ausência não consentida. Cedo ou tarde você vai receber uma notícia que não esperava e cedo ou tarde, você tem que aprender a deixar as coisas partirem.
Perder não é apenas um verbo, porque um verbo não tem toda a imensidão de uma dor. Um verbo apenas existe para ser representado. Mas a dor, essa não. Essa simplesmente não tem explicação.  Ela existe e pronto. Ela ataca quando menos se espera e magoa, principalmente quando os pensamentos tentam se aquietar, encontrar paz e sossego.
Vivemos uma vida toda imaginando que tudo acontece aos outros, com os outros e que nós estamos protegidos de alguma forma. Mas que mentira mais deslavada essa! Somos todos frágeis, pequenos, humanos...sozinhos.
Um dia você simplesmente acorda e tudo muda de lugar. Acho que mais difícil do que perder, é ter que aprender a viver com a dor da perda.  Com todas as frases soltas que nunca disse, com todos os abraços que poderia ter dado e não deu. Com todas as vezes que deixou de fazer o que queria por medo. Um medo ridículo, sem sentido, que só existe para te provar que afinal, a vida é feita de momentos. Não quero ter medo, não quero sofrer, não quero sentir essa dor, não quero perder...Infelizmente, essa é a única certeza que temos. Que um dia, cedo ou tarde, quer você queira ou não, eventualmente, vai perder. E essa certeza sim me dá medo. Um medo avassalador...um medo vazio, triste, sozinho...

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