Wednesday, 20 August 2014

Um dia, quem sabe...

E o que fazer com todas essas lembranças, com todos esses minutos descompassados, com a memória dos dias que já não tenho mais? Tantas indiferenças acumuladas, desejos revelados e destruídos, jogados ao acaso, ao fim.
Me vejo e não me reconheço.  Saio `a procura de mim, mas já não sei por onde andei. Já não me enfrento, me tolero. É como se tudo que fui, tudo que quero ser, se perdesse dentro de mim. E se algo acontecesse de repente, num dia qualquer, e te tirasse o sono? E se esse de repente fosse tudo que a sua alma estava precisando? E se de repente, sem dizer muita coisa, tudo isso vai embora e você continua com o coração vazio ? E , se tudo não passou de um simples momento, um simples “olá”, enquanto teu corpo e a tua alma queriam um “até logo mais”? E se essas lembranças fossem tão fortes que te fizessem perder a calma, a paz?

E se você quisesse tentar? Se você quisesse sentir, se não quisesse deixar partir? E se o toque das mãos no rosto fosse tão importante quanto o beijo? E se a respiração acelerasse e por alguns momentos teu mundo se tornasse melhor? E se você não deixasse essa pessoa partir? Será que as coisas seriam diferentes? Será que estaria menos triste? Nunca vou saber... Hoje quando abri meus olhos percebi que tudo se foi. Que o pouco que tive me fez ter esperança e ao mesmo tempo, uma dúvida avassaladora.  Não sei que caminho seguir. Minha alma pede um lugar seguro.  Mas não há nada, não há ninguém. Tudo que eu conheço , tudo que eu toco, tudo que imagino, simplesmente vai embora...cedo ou tarde, vai embora...

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