Thursday, 19 March 2015
Até quando?
Quando a cidade está prestes a dormir, é que tudo faz
sentido pra mim.Quando as luzes refletem a minha tristeza, é que me sinto
parte de algo maior, parte de mim mesma, parte de algo que sei que existe
dentro de mim, esperando apenas ganhar asas para poder ir além.Tudo o que eu vejo, tudo o que eu sinto me dá esperança, me
dá a sensação de que posso e devo ir além. Que o mundo está aguardando
pacientemente a minha decisão. Quando a cidade se silencia percebo a mim mesma,
minha respiração, minha vibração, parte do que eu já não tenho mais. Eu sinto
paz.Vejo as pessoas aleatoriamente, vivendo suas vidas
desapercebidas, seguindo rotinas e enfrentando os dias com descaso, stress,
trânsito, poluição, preconceitos, e muita, mas muita falta de felicidade.Seguem padrões, filas, regras, moda, mas vivem uma falta
absurda de tranquilidade. Uma
tranquilidade que você só consegue encontrar quando faz o que se quer.Eu sou uma dessas pessoas nesse momento. Sinto uma
necessidade gritante de poder fazer o que quero. De ir atrás do que mais desejo
na minha vida e que sei, não está aqui.Fico relendo coisas que escrevi anos atrás e percebo que sou
a mesma. Com as mesmas inquietudes e planos mas nada fiz pra mudar isso. Me
acomodei com o jeito que vivo e não há nada de errado nisso. Não há nada de
errado se isso te faz feliz. O que não é meu caso.Meus “monstros” tem vindo me visitar cada vez mais. Eu me
sinto na obrigação de tentar entender porque. Por que eu vivo assim, sabendo
que essa vida não é minha?Por que matar esse desejo insano de sair pelo mundo, pra
poder dizer que eu tenho uma vida confortável e segura?Talvez eu não queira tanta segurança. Talvez eu queira mesmo
sentir aquele medo do inesperado. Talvez eu queira correr riscos. Talvez, só talvez
eu queira me sentir viva, vivendo a vida que imagino. Uma vida que passa em
flashs na minha mente sempre que vejo a cidade passar por mim. Sempre que me
vejo num lugar diferente, sempre que encontro pessoas novas, cheias de estórias
pra contar. Pessoas que conseguiram
destruir essa barreira da mente e que foram atrás de seus sonhos, mesmo sabendo
de todos os riscos.Invejo essa coragem. Invejo essa determinação. Tem dias que eu só queria sair sem rumo, sem
olhar pra trás, apenas deixando a estrada me levar para onde quer que fosse.
Tem dias que eu só queria ser mais eu, sem medo de arriscar tudo. Tem dias que
eu só queria me perder. Acho que essa seria a melhor maneira de me encontrar.
Perdendo tudo que me torna quem sou hoje. Perdendo principalmente o medo de ir
atrás do que sei que me fará feliz.Peço todos as noites, que no dia seguinte, eu tenha a mesma
coragem que tive na noite anterior, de fazer planos e acreditar neles e seguir
em frente, tomar uma decisão e acreditar nela.
A noite está passando e com ela todos os meus planos que agora fazem
sentido.Espero, quando acordar, não pensar que tudo isso foi apenas
mais um sonho. Preciso acreditar que é sim, possível ser feliz com as minhas
decisões, com as minhas escolhas. Preciso enfrentar meu maior monstro: eu mesma
e meu medo de tentar.Se eu consigo me imaginar vivendo tudo isso, por que não
tentar? Por que não silenciar meus medos?Até quando vou viver uma vida inspirada em mentiras?Espero que não muito...
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