Monday, 23 September 2013
À mim, à alguém, ao que nunca foi, que nunca será, às memórias, aos dias...
E a noite que outrora me embriagava com memórias infinitas,
hoje me atormenta com pensamentos contraditórios.
Me visto com meus piores medos e saio à caminho de mim.
Me preencho com fugas mal sucedidas. Erros me encontram em cada esquina. Espelhos me inebriam, me consomem.
Te imploro para que esses momentos não aconteçam mais. Que se esvaiam como as lágrimas que chegam com pressa. Que teu perfume não me faça fechar os olhos e que te lembrar se torne tão contraditório quanto dizer que não sinto a tua falta.
Eu sorri e isso me fez sentir viva de novo. Mas os momentos não bastam por si só. Queria que a noite não encontrasse o dia com tanta pressa e que meus desejos não fossem assim tão secretos.
Não saberás o que se passa aqui, dentro de mim. Me condeno e me alegro. Porque algumas coisas acontecem sem terem um porque.
E eu sorri. Sim, eu sorri. Os minutos voaram por relógios infinitos em várias partes do mundo, mas a tua memória permanece aqui, teu sorriso e teu gosto continuam em mim, vindo de hora em hora me relembrar que foi real.
E em todos os passos e todos os segundos que se estendiam, desejei profundamente sentir teus lábios tão delicados, em contato com os meus. Queria sentir teu nariz encostando na minha pele, o ar que se desprendia de tua boca em direção à minha, como se você quisesse isso tanto quanto eu.
Mas a noite não dura pra sempre, sequer estórias que não podem se concretizar.
Danço à mim e ao que não posso ter. Escrevo palavras que aliviam a angústia de querer traduzir o que sou, o que jamais serei, o que jamais terei.
É disso que as memórias são feitas: de saudade e de momentos que não voltam mais, não importa o quanto você deseja que isso permaneça.
E eu sei que o tempo vai passar, que eventualmente isso vai ser esquecido, e que a vida vai seguir seu ritmo. Que com o passar dos dias não vou mais me sentir assim, impotente, querendo dizer tudo e não dizendo nada.
Crio armadilhas das quais mal sei desviar. Ah ! e esses pensamentos que não me deixam!!! Queria saber não sentir, queria saber esquecer tão rápido quanto a noite que foi embora...
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