Como traduzir a dor de um grito?
Simplificar a sua necessidade não cabe a mim. Posso somente advertir às recíprocas dores, que não se justificam os aumentos contínuos de revoltas internas.
Eu tinha uma voz que me dizia: vai, segue adiante, busque tudo, onde tudo está, não olhe pras horas que passam desajeitadas por aquele relógio na parede.
Não te aconselhe com o espelho, porque ele só sabe refletir o melhor de você e não sabe nada de suas fraquezas internas.
Tem um vazio ai dentro não tem?
Por isso não se pode entender uma dor, não se pode abafar um grito, não se pode pestanejar as desavenças, os passos que não voltam mais, nem os risos que já não existem voltam porque você quer assim. Nada volta.
Como entender essa dor, essa insônia, esse desapego? Como entender seus braços que sempre parecem buscar abraços? Eu tinha uma voz...
Há algum tempo em sentia medo de gostar...de todas aquelas palavras cruzadas, de todos os meios que se preenchiam...já tive medo do timbre da sua voz ao meu ouvido , mas hoje, tenho medo de não conseguir entender essa dor, de não entender esse grito preso na minha garganta.
Não só por todas as coisas originalmente ditas em todos esses dias, mas porque tua presença me fez bem e me assusta o fato de que somos tão iguais...e ao mesmo tempo indiferentes.
Eu quero paz, mesmo se posso ter somente o teu abraço longo.
Hoje me proibi de chorar, porque isso é para os fracos, para aqueles que desesperados por respostas despejam lágrimas, como forma de transpor a sua própria má sorte.
Por isso me pergunto, como traduzir a dor de um grito, como interpretar algo tão forte que consegue convencer até meus dias, que às vezes é preciso gritar?!
Sim...Gritar!Desabafar, limpar, desafogar, deixar ir embora todas essas amarguras, todas essas frases erradas, todos esses medos ridículos que ainda insistem em me perseguir pra onde quer que eu vá.
Basta, já cansei!Não quero mais essa autopiedade, esses resquícios de sorrisos.
Preciso da totalidade, de complementos que não se vão embora toda vez que o dia amanhece.
Hoje, sei bem do que preciso e sei que gritar me ajudará a entender esse silêncio...
Tenho medo...
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