Thursday, 29 September 2011
Parte 2
E eu te arranquei com uma força quase divina, te puxei pra fora, tentei te sufocar, rasgar, partir em várias partes, mas você não se movia, estava intacto, pálido, sem mover um músculo, não conseguia entender a minha raiva, a minha agonia , meu desespero em fazer você entender não só as minhas palavras, mas também a falta delas. Teu egoismo me machuca, fere mais do que o tempo que nunca tivemos, que nunca teremos.
Te busquei nos meus momentos de nostalgia, quando via o mar deixando de ser meu porto seguro. Quando a noite caia e você já não estava mais, porque na verdade nunca foi meu.
Eu te disse coisas, sussurrei meus desejos, quis te tocar não só com a ponta dos meus dedos...quis ir mais além, onde jamais tive, onde não pude entrar. Fui excluída dos teus dias tão cheios de coisas...metáforas, entrelinhas, desculpas...Fujo do que sinto e detesto esse gosto amargo que domina minha boca...detesto saber da tua indiferença...da diferença que temos e das escolhas que não poderemos fazer, porque ambos temos medo. Esse medo que eu queria despejar em um canto qualquer, trancar em alguma gaveta. Insisto em fechar meus olhos para ver se você sai da minha mente, da minha frente, mas esse é o caminho errado, porque quando te beijei , meus olhos assim estavam...Fugir poderia ser uma solução, ou simplesmente deixar a vida me levar já ajudaria, não sei... está tudo espalhado, sem ordem, sem sentido...vazio...muito vazio...
Wednesday, 28 September 2011
Parte 1 ...
Nada se movia. Tinha apenas o som de nossa respiração, calor de nossas peles. Coração acelerado, pulsos dilatados. Senti o silêncio que tomava conta de mim, de você e te beijei sem culpa , apenas desejei que aquele momento fosse eterno. O simples toque me transmitiu as vibrações do momento, o desejo , a vontade louca de largar tudo, de deixar a vida me levar para lugares desconhecidos, me perder, fazer você se perder, perder o sono, a paz , desejar que cada segundo fosse gasto com a pessoa que se quer...sem preocupações , frustrações, enganos, mentiras, hora marcada, só deixar as coisas seguirem seu ritmo.
Mas você, tão indeciso, tão impotente diante das situações, sequer se deu a chance de tentar, sequer seguiu seu instinto, sequer quis saber como seria. Não te culpo, mas não te entendo. Chegou com a fúria de uma tempestade e foi embora na mesma velocidade, sem nada dizer, sem palavras bonitas para acrescentar ...só precisava nunca ter aparecido, porque pelo menos assim eu continuaria apenas com as minhas ilusões, sem esses momentos pra me tirarem o sono. Não precisava disso...não foi justo, a sua covardia me dá forças nesse momento...Terminar o que nem começou é difícil, porque não há o que dizer, só o que sentir...se estou apaixonada? Nunca saberás...é algo que levarei comigo pra onde quer que eu vá. E um dia, quem sabe não muito distante, você vai ouvir meu nome e vai me lembrar, mas já não estarei mais aqui, tudo o que você terá vai ser uma saudade, profunda, avassaladora, permanente...
Te quis, te desejei...hoje só preciso te deletar...
Mas você, tão indeciso, tão impotente diante das situações, sequer se deu a chance de tentar, sequer seguiu seu instinto, sequer quis saber como seria. Não te culpo, mas não te entendo. Chegou com a fúria de uma tempestade e foi embora na mesma velocidade, sem nada dizer, sem palavras bonitas para acrescentar ...só precisava nunca ter aparecido, porque pelo menos assim eu continuaria apenas com as minhas ilusões, sem esses momentos pra me tirarem o sono. Não precisava disso...não foi justo, a sua covardia me dá forças nesse momento...Terminar o que nem começou é difícil, porque não há o que dizer, só o que sentir...se estou apaixonada? Nunca saberás...é algo que levarei comigo pra onde quer que eu vá. E um dia, quem sabe não muito distante, você vai ouvir meu nome e vai me lembrar, mas já não estarei mais aqui, tudo o que você terá vai ser uma saudade, profunda, avassaladora, permanente...
Te quis, te desejei...hoje só preciso te deletar...
Wednesday, 21 September 2011
O grito!
Como traduzir a dor de um grito?
Simplificar a sua necessidade não cabe a mim. Posso somente advertir às recíprocas dores, que não se justificam os aumentos contínuos de revoltas internas.
Eu tinha uma voz que me dizia: vai, segue adiante, busque tudo, onde tudo está, não olhe pras horas que passam desajeitadas por aquele relógio na parede.
Não te aconselhe com o espelho, porque ele só sabe refletir o melhor de você e não sabe nada de suas fraquezas internas.
Tem um vazio ai dentro não tem?
Por isso não se pode entender uma dor, não se pode abafar um grito, não se pode pestanejar as desavenças, os passos que não voltam mais, nem os risos que já não existem voltam porque você quer assim. Nada volta.
Como entender essa dor, essa insônia, esse desapego? Como entender seus braços que sempre parecem buscar abraços? Eu tinha uma voz...
Há algum tempo em sentia medo de gostar...de todas aquelas palavras cruzadas, de todos os meios que se preenchiam...já tive medo do timbre da sua voz ao meu ouvido , mas hoje, tenho medo de não conseguir entender essa dor, de não entender esse grito preso na minha garganta.
Não só por todas as coisas originalmente ditas em todos esses dias, mas porque tua presença me fez bem e me assusta o fato de que somos tão iguais...e ao mesmo tempo indiferentes.
Eu quero paz, mesmo se posso ter somente o teu abraço longo.
Hoje me proibi de chorar, porque isso é para os fracos, para aqueles que desesperados por respostas despejam lágrimas, como forma de transpor a sua própria má sorte.
Por isso me pergunto, como traduzir a dor de um grito, como interpretar algo tão forte que consegue convencer até meus dias, que às vezes é preciso gritar?!
Sim...Gritar!Desabafar, limpar, desafogar, deixar ir embora todas essas amarguras, todas essas frases erradas, todos esses medos ridículos que ainda insistem em me perseguir pra onde quer que eu vá.
Basta, já cansei!Não quero mais essa autopiedade, esses resquícios de sorrisos.
Preciso da totalidade, de complementos que não se vão embora toda vez que o dia amanhece.
Hoje, sei bem do que preciso e sei que gritar me ajudará a entender esse silêncio...
Tenho medo...
Saturday, 3 September 2011
O tempo
(Escrevi esse texto há algum tempo, mas para algumas coisas não existe prazo de validade, então aqui está, minha vida através dessas palavras)...
Uma hora. O que cabe em uma hora? Quantos segundos completam uma hora? Quantos sorrisos caberiam sem que ficassem pela metade? Quantas lágrimas rolariam até que você pudesse se dar conta de quanto sua vida mudou? Você usaria essa hora para fazer o que? Lamentar, correr, pular,deitar na rede, pular ondas,ver o mar? Vamos, pense. O tempo esta passando. Quantas palavras você diria a pessoa que ama, quantas vezes beijaria, quantos sonhos você teria? Já não tem mais uma hora, alguns minutos já se foram e você nem se deu conta de como as coisas passam depressa. Eu queria poder voar! Será que conseguiria em menos de uma hora?
Sessenta minutos repetidos todos os dias, por 24 vezes. E você apenas sabe seguir sua rotina, sem pensar no que fazer para ocupar de maneira sadia seus preciosos minutos, que devo lembrar, nunca mais serão os mesmos. Repare. A lua pode estar linda hoje, mas ela nunca mais vai ter o mesmo brilho, nem estar naquela exata posição e no mesmo horário que você a viu. Cada momento é único, singular, próprio para fazer o que se deseja fazer. Quantos pingos de chuva poderiam cair, enquanto você olha pela janela e vê que seus sonhos já não suportam mais ficar na caixinha de espera?
Pra onde a sua imaginação te leva quando fecha seus olhos? Que mundo você consegue ver? Algo real, algo imaginário?Quantas vezes você poderia suspirar nesses minutos que ainda te restam? Você roubaria, você fugiria, dançaria sem roupa, faria uma fogueira em noite de lua cheia, seria poeta, decifraria teoremas? Quanto tempo será que ainda resta pra poder ser você mesmo?
Quantas vezes prometeria coisas e cruzaria os dedos, com medo de cumprir coisas muitas vezes sem sentido. Já parou pra pensar que pode não estar vivo dentro de alguns minutos, segundos talvez. E o que você fez? Já arrancou flores de um jardim qualquer. Já pulou o muro da pracinha, já brincou de pegar e de esconder?Já teve dor na barriga de tanto rir, já chorou de felicidade porque se percebeu diante de alguma maravilha da vida?
Já se sentiu feliz plenamente sem que precisasse que alguém soubesse disso?
Já acordou de madrugada com vontade louca de fazer amor e olhou pro lado e viu que ali estava a pessoa que passaria o resto da sua vida contigo?
Já se sentiu protegido, como se o mundo pudesse te esperar decidir o que será melhor em cada momento?
Já usou todos os perfumes que gostaria? Tic Tac, Tic Tac , o tempo esta passando e ainda não me disse o que faria nessa hora, que aliás, está esvaindo mais uma vez. Quantos sonhos você teria pra enterrar se essa fosse sua última hora?
Já conseguiu se sentir vivo, conseguiu ouvir seu coração pulsar tão forte que parecia que ia sair pulando de dentro do peito? Comeu com vontade, andou descalço depois das seis? Fez coisas bobas e se sentiu feliz por fazer isso?Já não tenho mais uma hora, apenas vestígios de tempo, restos de minutos, mas sei que ainda há tempo pra se fazer muita coisa. Talvez usar a palavra adeus seria adequado nesse momento, mas prefiro não me despedir. Acho as despedidas tristes demais. Prefiro um até logo.Soa mais tranqüilo, mais breve,é até mais leve pra se dizer, porque da a noção de que em breve nos veremos. Eu sei que uma hora tem uma importância tremenda, mas sabe, nesse momento eu precisaria apenas de um minuto desses sessenta minutos que eu tinha anteriormente. Um minuto pra dizer: te amo, que bom que te encontrei. Eu juro,dessa vez sem dedos cruzados, que pra mim bastaria. Pois poderia ver seus olhos, de novo, olhando os meus. Eu poderia te deixar partir se me fosse permitido te ter por um minuto. Mas a vida, e o tempo e todas as coisas mais fúteis, nos separam.Ah se eu tivesse esse um minuto! Eu poderia voar.
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