Tuesday, 10 December 2013

UM CAMINHO, MEU CAMINHO E EU


Um passo após outro passo. Sequências são programadas para fazerem um sentido desapercebido pela maioria. Até pouco tempo atrás eu era um pouco mais ignorante. Ou talvez continue sendo ainda mais , pelo fato de achar que a cada dia aprendo e na verdade, apenas me rendo ao que não sabia.
Clarões interrompem minha imaginação e sinto que eu deveria ter seguido outro caminho, que tudo deveria ter sido diferente. Perguntas e dúvidas fazem fila através das minhas ideias. Não, não sei se consegui atingir o que eu procurava, não sei se cheguei aonde deveria, nem aonde eu poderia. Posso dizer que tentei.
Motivações, razões, causas e consequências se emparelham na minha mente e me questionam diariamente : por que?
Seria eu fruto de um processo criativo ou apenas resultado de um processo elaborado através de livros já escritos. Seria eu uma cópia? E se for esse o caso, cópia de quem, do que?
Me estranho, me busco e me rebusco. Medos noturnos me aterrorizam cada vez mais. A insônia prevalece. Pedaços de mim buscam respostas para perguntas já feitas anteriormente. Mas o vazio permanece. E junto com ele a necessidade de me preencher. Preciso de rostos e detalhes que nunca conheci. Preciso dos passos que nunca dei. Preciso da semelhança através de meus atos e preciso, profundamente, me conhecer.
Sou muitas, várias e ao mesmo tempo ninguém.  Quem sou eu afinal? Seria eu uma junção de frustrações e agonias, pavores e restos de ansiedade? Seria eu o grito que nunca dei, seria eu a lágrima que não deixei rolar livremente ? Presa em mim mesma por medo, apenas medo de tentar mudar, ser diferente, ser eu mesma. Por vezes sinto que seguir o fluxo, o ritmo imposto é a coisa certa a se fazer, no entanto sou perseguida por demônios internos, que ditam vozes enlouquecedoras.  Banalidades percorrem meus ossos e se difundem com a minha alma. Tem dias que a vontade de sair sem rumo me parece a coisa certa a se fazer. Mas meus fantasmas me seguiriam para onde quer que eu fosse.  Que vida é essa em que me empresto à seres que não conheci? Pessoas diferentes, com todas as suas complexidades? Será que algum dia serei capaz de entender profundamente a alma , a essência de todos eles? Será que conseguirei atingir quem está à minha volta, com verdades copiadas e relembradas através de técnicas? Tantas memórias e desejos tecendo comentários na minha mente, tentando atingir , tantas vezes em vão, meu coração...
Quantas vezes terei que me pronunciar, me projetar para que eu sinta que estou no caminho certo? Que não erro mais como antes e que é isso que a vida espera de mim? Me perdoem meus queridos personagens pela falta de cuidado e de atenção que eu os tenho tratado. Tantas vezes eu os imagino de forma diferente mas a rotina e a pressa, me fazem ser descuidada com as particularidades de cada um de vocês. Infelizmente tenho que admitir minhas fraquezas , preciso desesperadamente dizer que não sou perfeita e que não preencho todos os requisitos do mundo, para representar todos os gêneros disponíveis.
Hoje sinto na minha alma o peso do vazio. Um vazio que me atormenta, quase sufoca , inebria. Me joga para fora de mim mesma, tentando de forma violenta me fazer desacreditar em todo o caminho que já percorri.  E isso dói. Me remete à dores que achei que não sentiria mais e sinto a dor de um grito presa nas minhas entranhas.
Como uma tatuagem que não pode ser apagada, sigo com a certeza de que nasci para me doar, me emprestar,  me questionar, cair, levantar e seguir em frente.  É disso que os heróis de verdade são feitos. De coragem para se reerguerem  após as batalhas perdidas. Já cheguei tão longe! Olhar para trás agora não vai aliviar meu ressentimento, nem vai mudar o que já passou. Sigo com a incerteza do que vai acontecer ,mas com a fé de que tudo vai ser diferente. Mais uma vez. Eu. Recomeçando.




 









04/12/13